Airbus fecha encomenda de US$ 4 bilhões com China
A China anunciou uma encomenda de aviões da Airbus, ontem, que estava engavetada por objeções do governo chinês aos planos da União Europeia para fazer a empresas aéreas estrangeiras pagarem pela sua poluição com gás carbônico.
A Airbus, cuja sede fica em Toulouse, anunciou que a China assinou acordo para comprar 18 A330, modelo que tem dois corredores, no início da visita oficial do presidente da França, François Hollande, à China.
O acordo é a primeira grande encomenda chinesa do A330 desde que a Airbus foi a público, em 2012, para expressar suas preocupações sobre o impacto negativo de incluir as empresas aéreas estrangeiras no esquema de créditos de carbono da UE para enfrentar a poluição.
"Este acordo mostra que a China reconhece os esforços que a Airbus e a UE fizeram para resolver a questão e é um passo em direção continuar com 'a normalidade dos negócios'", disse o executivo-chefe da Airbus, Fabrice Brégier.
Em 2012, a Airbus reclamou que não conseguia concluir encomendas de 45 A330 com empresas aéreas estatais chinesas porque Pequim se opunha a que as empresas aéreas estrangeiras fossem incluídas no sistema de negociação de créditos de carbono da UE.
A encomenda de ontem estava entre essas 45 aviões que Airbus buscava concluir. O valor, pelo preço de tabela, é de US$ 4,1 bilhões, embora se acredite que a China conseguirá desconto significativo.
A Airbus também informou que a China havia feito encomenda de 42 A320, de um corredor, com valor de US$ 3,8 bilhões pelo preço de tabela, mas que nesse caso não haviam ocorrido problemas com a disputa sobre as emissões de gás carbônico.
Em março de 2012, a Airbus e seis grandes empresas aéreas europeias - incluindo a British Airways, Air France e Lufthansa - informaram que o plano da UE para exigir que as companhias estrangeiras passassem a fazer parte do sistema estava ameaçando bilhões de dólares em encomendas de aeronaves pela China.
As empresas aéreas também alertaram para a possibilidade de uma guerra comercial mundial em consequência das objeções ao plano da UE por parte de muitos governos, como a China, Índia, Rússia e Estados Unidos.
Em novembro, depois de intenso lobby, a UE anunciou que suspenderia por um ano a inclusão das empresas aéreas estrangeiras no sistema. A Airbus prevê que a China vai ser o mercado para vendas de aeronaves mais valioso nos próximos 20 anos.
O presidente Hollande disse depois de conversas com o presidente da China, Xi Jinping, que levantaria "todos os obstáculos, todos os freios, todos os procedimentos" para encorajar mais investimentos chineses na França.