Mas, na avaliação do diretor da Embraer Luiz Fernando Lopes, o porcentual pode ser maior. "Se forem colocados em prática todos os programas e acordos em desenvolvimento, essa taxa é a mínima", disse, durante apresentação em evento do setor, em São Paulo.
Ele citou o programa de incentivo à aviação regional, que prevê investimentos da ordem de R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos regionais e subsídio para voos que conectem cidades fora das capitais, o acordo "céus abertos" com os Estados Unidos, que deve completar sua implementação em outubro do ano que vem, e o acordo similar, multilateral com diversos países da América do Sul.
"Já vemos novos voos da American Airlines e Copa em Viracopos (Campinas), por exemplo, mas isso deve acontecer em outras capitais e será necessário voos regionais para distribuir (os passageiros)", comentou.
Lopes também lembrou de outras demandas e propostas em discussão que poderiam beneficiar o mercado de aviação brasileiro nos próximos anos, como o aumento de 20% para 49% na participação de capital estrangeiro em empresas aéreas nacionais, a redução do ICMS cobrado sobre o querosene de aviação (QVA) e a mudança na precificação do combustível.
Ele comentou que, enquanto a maior presença de capital estrangeiro poderia favorecer o acesso a recursos por parte das aéreas, alterações no QVA reduziriam os custos das empresas, também contribuindo para a expansão das companhias. O combustível é o principal item de custo das aéreas brasileiras, com uma participação de cerca de 40%.
Frota
Segundo Lopes, em 10 anos, além de dobrar o número de passageiros transportados, o mercado brasileiro também dobrará sua frota. Ele não detalhou, porém, qual poderia ser a demanda por tamanho de aeronave.
O plano de aviação regional pode favorecer particularmente a Embraer, fabricante de aeronaves de até 130 assentos, que seriam mais indicados para rotas de baixa densidade. A Azul já assinou uma carta de intenções para o pedido firme de 30 aeronaves.
Na quinta-feira, 18, a Gol confirmou que negocia com a Embraer a possibilidade de adquirir aeronaves E-195 E2, que está em desenvolvimento e tem a primeira entrega prevista para 2019. TAM e Avianca também já admitiram que mantêm negociações com a fabricante brasileira.
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