O executivo afirmou não acreditar na necessidade de subsídio e defendeu que o apoio governamental à aviação regional deveria ser feito por meio de uma infraestrutura mais eficiente e um custo atrativo. "Acreditamos na capacidade de oferecer (transporte para o mercado regional) em função de escala. Tarifas são mais caras (no segmento) não por custo, mas por oferta: tem pouca oferta, em alguns casos uma oferta monopolista", disse.
Bologna salientou que o setor aéreo segue crescendo, apesar do fraco desempenho da economia brasileira, e a evolução é puxada pelos mercados de menor densidade, ou seja, os destinos regionais. "Esses mercados se tornam importantes para alimentação da malha", comentou. Embora tenha anunciado a decisão de investir no segmento e adquirir novos aviões, a decisão final sobre a compra das aeronaves ainda não foi tomada. Bologna salientou que a TAM está em conversas adiantadas com a Embraer e, embora tenha sinalizado que também negocia com outros fabricantes, deu uma clara sinalização de preferência pela fabricante brasileira, que possibilitaria um financiamento em reais. "O financiamento em reais faz parte da discussão e faz parte da equação, porque tira o risco cambial", comentou.
Ele lembrou que o BNDES poderia realizar o financiamento, por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) , embora tenha considerado que ainda não está claro o tratamento a ser dado pelo Tesouro para o programa e os financiamento do banco estatal, dentro do ajuste a ser realizado pela nova equipe econômica. Questionado também pelo esperado aumento de juros, ele considerou que "com uma subida leve, ainda é atrativo".
Decisão
A decisão final deve ser tomada no primeiro trimestre de 2015. "Faltam decisões relacionadas a preço, financiamento e modelo especifico do fabricante", comentou, salientando que serão aeronaves de nova geração. Conforme sinalizou Bologna, a entrega das aeronaves deverá acontecer de 2018 em diante. O investimento será adicional aos R$ 12 bilhões já programados até 2018, dos quais R$ 11 bilhões em frota, acrescentou a presidente da TAM Linhas Aéreas, Claudia Sender. No período intermediário até a chegada das novas aeronaves, a TAM deverá utilizar aviões da frota atual, em especial seus Airbus A319, para atender novos destinos regionais.
O plano inicial da companhia é atender entre 12 e 15 novas cidades em três anos, além dos nove destinos regionais para os quais já voa. A intenção é que em 2015 as operações já sejam iniciadas para entre três e cinco cidades. Claudia não revelou quais cidades devem ser atendidas inicialmente, mas indicou que a expansão se dará principalmente para cidades do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. "Para o ano que vem será feira a realocação de capacidade", disse, reiterando a projeção de estabilidade da oferta doméstica em 2015.
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