As multifunções da maternidade passeiam por várias profissões: médica quando o filho está doente, professora durante o período de provas e até motorista, no "leva e pega" das atividades das crianças. No entanto, para as mulheres que escolheram trabalhar nas alturas, as comissárias de bordo, o dia a dia passa longe do descrito acima. Elas podem passar dias longe, em vários estados do Brasil e até em outros países. As histórias das comissárias Roberta Amorim, 34 anos, e Fabiane Vanin, 35, são semelhantes: ambas são mães de primeira viagem e contam como seus dois amores nem sempre se complementam: cuidar dos filhos e voar.
A pernambucana Roberta Amorim trabalha como comissária para a companhia Azul há cinco anos. Ser mãe e aeromoça sempre foram sonhos. Por isso, ela conta, em momento nenhum cogitou desistir de trabalhar quando ficou grávida. "Nunca pensei em deixar a profissão, por incrível que pareça, pois eu sabia que teria todo o acompanhamento da família". Sua base de voo é em Belo Horizonte e a família mora em Escada, na Zona da Mata Sul de Pernambuco.
A filha, a pequena Olívia, tem apenas um ano. Nessa época, muitas mães estreantes ainda estão receosas em deixar seus filhos e voltar a trabalhar. A milhas de distância, na vida das aeromoças não é possível sair do trabalho e voltar para casa ao primeiro sinal de desconforto do bebê.
A preocupação maior, para ela, é não acompanhar o desenvolvimento da bebê de perto. "Minha maior dificuldade com a profissão é você perder os momentos que você sabe que não vão voltar, sabe? As primeiras coisas: engatinhar, andar, falar", contou.